Foi entrega, mas no bom sentido
Por Diego Costa, Comentarista
Finalmente terminou o Campeonato Brasileiro para os mineiros. Atlético e Cruzeiro fora de qualquer zona. Seja de rebaixamento e até mesmo da Copa Sulamericana. A péssima campanha de ambos na competição só poderia dar nisso. Aliás, era para ter sido muito pior. Mas não poderia deixar de falar sobre a partida que encerrou o martírio de celestes e alvinegros no Campeonato.
Há tempos venho dizendo que Atlético e Cruzeiro é o melhor clássico do Brasil, talvez do mundo. Comentaristas que se arriscam a apontar favoritos ou mesmo como o jogo será correm sério risco de dar com a língua entre os dentes. E no domingo não foi diferente. De um lado, o Atlético já livre do rebaixamento, com chances de conquistar a vaga na sulamericana, invicto na Arena do Jacaré no Segundo Turno e a melhor defesa da segunda etapa do campeonato também. Do outro, um Cruzeiro há muito não visto. Um time que não inspirava confiança em ninguém, apenas duas vitórias em 18 jogos, 13 pontos conquistados no segundo turno e com sérios riscos de rebaixamento pelo péssimo futebol que vinha apresentando. Com fatores como esses é fácil apontar um favorito: o Galo! O máximo que poderia acontecer seria uma vitória magra, suada do Cruzeiro, conquistada mais pela vergonha do que pela técnica dos jogadores celestes.
Mas em campo a história foi completamente diferente da prevista, o Cruzeiro entrou de forma que lembrou a partida contra o Estudiantes, no começo da Libertadores deste ano, quando venceu por 5 a 0. Parecia que o sentimento de revanche das arquibancadas havia descido para o campo e contagiado os jogadores. E foi o que aconteceu no domingo. Enquanto o Atlético entrou com o objetivo de "cozinhar" o jogo e apostar no nervosismo do adversário, que aconteceria caso o resultado não viesse, o Cruzeiro tratou de jogar tudo o que não havia apresentado no segundo turno. Atletas como Wellington Paulista e Roger fizeram a partida do ano contra o rival e liquidaram a partida logo no primeiro tempo, já vencendo por 4 a 0. Já o Galo sentiu a pancada e não teve forças para reagir ante o ímpeto da equipe estrelada. No fim, 6 a 1 foi o reflexo do que os dois times jogaram. Foi o prêmio para a garra celeste, e um castigo para a falta de compromisso atleticana.
O jogo foi isso, nada mais! Não acredito que há torcedores pensando que o Galo se vendeu para o Cruzeiro. Sinceramente, e com todo o respeito que devo a todos os torcedore, não vejo motivos estes descrentes continuarem a acompanhar o futebol se acreditarem que houve entrega por parte do time alvinegro. Seria uma lástima se o Galo entregasse o jogo para o Cruzeiro em uma goleada por 6 a 1, que envergonhou a toda torcida apaixonada do Atlético.
Para os dirigentes, fica a lição do péssimo 2011, em que nem vaga na Sulamericana conquistaram no Brasileirão. Ao América, que infelizmente foi rebaixado, há a esperança de um trabalho bem desenvolvido pelo competente Givanildo Oliveira. Tem tudo para subir no ano que vem.
Tenho certeza que na lista de Papai Noel dos torcedores dos times da capital não faltará o pedido de um ano melhor em 2012 para os seus respectivos clubes.