CRUZEIRO JOGA MAL E PERDE NA ESTREIA PARA O GUARANI
Equipe vinha se apegando à "mística" da Camisa Branca, mas dessa vez a supertição não livrou o Cruzeiro da derrota na estreia
por Diego Costa
Não houve surpresas. O torcedor cruzeirense que foi à Arena do Jacaré na tarde deste domingo viu exatamente o que o time apresentou no Campeonato Brasileiro do ano passado, a exceção da última rodada, com a vitória sobre o Galo. O Cruzeiro não consegue jogar bola. Não há uma forma de atuar, falta criatividade. A dependência ainda fica por conta do Montillo. Quanto ao adversário, o Guarani, o time foi melhor e mereceu a vitória. Há que ressaltar que novamente Luizinho, Léo Medeiros e Walter Minhoca fizeram a diferença contra a raposa. É só o começo, mas o alerta já está aceso para o time azul.
Nada mudou
Cruzeiro segue dependente do meio Montillo para armação das jogadas. Falta criatividade à equipe.
A expectativa da torcida de ver aquele time que goleou o Atlético por 6 a 1 na última rodada do Campeonato Brasileiro do ano, aos poucos, foi diminuindo. O time até começou bem, com jogadas pelas laterais, velocidade no toque de bola. Parecia que o Cruzeiro conseguiria envolver a equipe do Guarani. Mas ficou somente na impressão.
Apoiado pela boa atuação de Luizinho, Léo Medeiros e Walter Minhoca, a equipe de Divinópolis passou a ameaçar a meta do goleiro Rafael. A partir dos 15 minutos, foi o "Bugre" quem mais mostrava organização em campo, sobretudo com mais tranquilidade no toque de bola. Já o Cruzeiro, abusava do número de passes errados. Wellington Paulista e Anselmo não se encontravam no ataque, os zagueiros Léo e Victorino muito nervosos em campo e o meio que dependia somente do argentino Montillo para criar as jogadas. Assim, o gol do Guarani não demorou a sair. Aos 29 minutos, em arrancada pela direita, o sempre perigoso lateral Luizinho cruzou para área e Magalhães, camisa 11, empurrou para as redes. Guarani 1 a 0.
A partir dai, o Cruzeiro se perdeu ainda mais em campo. Apenas Montillo conseguia chegar com mais perigo. Como em uma finalização já no fim do primeiro tempo, após boa troca de passes de Wellington Paulista e Anselmo Ramon.
Ao término da primeira etapa, ainda houve um lance envolvendo o lateral-direito Diego Renan e o meia Walter Minhoca, que acabou gerando muitas reclamações do time do Guarani, que pediam a expulsão do jogador Cruzeirense.
Desespero, desorganização e desânimo
O segundo tempo começou com uma mudança no time celeste. Wallyson entrou no lugar do meio-campo Amaral. Vagner Mancini apostou em uma formação com três atacantes para virar o jogo. Mas a falta de organização tática e qualidade técnica continou. O time não conseguia fazer com que a bola chegasse com qualidade ao ataque. Os poucos lances de perigo surgiram em cruzamentos para área. Os sucessivos erros de passe dificultavam as ações do Cruzeiro que, a rigor, só ameaçou o gol do Guarani somente em um lance, quando Montillo cruzou rasteiro para área e Anselmo Ramon escorou para Bobô. O atacante girou e finalizou fraco para a defesa do goleiro Thiago Régis.
Vagner Mancini ainda tentou mudar a história da partida com as entradas do lateral-direito Marcos, no lugar de Gilson, e de Bobô, que entrou na vaga de Wellington Paulista. Apesar de o Cruzeiro estar com uma formação mais ofensiva, era o Guarani quem mais ameaçava, com jogadas em velocidade no contra-ataque e chances de "matar a partida". Léo Medeiros e Walter Minhoca, dois dos principais jogadores do time, deixaram o campo para a entrada de Cafú e Laércio. Ainda entrou Carlinhos no lugar de Tita.
Ao final da partida, a torcida do Cruzeiro já demonstrava o descontentamento com a fraca atuação da equipe, que não mostra evolução. O placar ficou mesmo com a vitória do Guarani, por 1 a 0.
Com o resultado, o Cruzeiro segue o momento de instabilidade vivido pelo clube que, além de não estar bem dentro de campo, enfrenta várias dificuldades financeiras e não consegue fazer contratações que empolguem a torcida. Quanto ao Guarani, o time mostrou que a aposta em jogadores que fizeram parte da campanha do título mineiro do Ipatinga, em 2005: Luizinho, Léo Medeiros, Walter Minhoca, além do atacante Marinho, pode dar certo.
A bronca celeste segue.
Acompanhe a ficha técnica da partida, abaixo:
