BOCA - O BOM E VELHO ESTÁ DE VOLTA

30/03/2012 01:15

POR: FLÁVIO TOLEDO

 

    Que me perdoem os mais fanáticos que não torcem pelo sucesso do futebol argentino, alimentandos principalmente pela rivalidade plantada via imprensa telvisiva que insite em comemorar os insucessos dos clubes daquele país, principalmente na libertadores. Há muitos anos parte da imprensa estimula não sei a trôco de quê uma disputa entre Brasil e Argentina, rusgas que começaram pelas seleções e se estenderam aos clubes.

    Pessoalmente não me filio à essa corrente, minoritária, quero crer! Uma coisa é torcer contra o futebol argentino quando seu clube de coração está em campo como adversário deles, outra é torcer contra só porque são argentinos! Puro preconceito!

    Assim registro minha felicidade pelo bom retorno do Boca Júniors à elite do futebol sulamericano.

    Acompanhei hoje a vitória do Boca sobre o rival Arsenal - ARG por dois tentos a zero. Com o resultado o Boca chega ao segundo lugar do grupo 4 da Libertadores, o mesmo do Fluminense que lidera com 100% de aproveitamento. O Boca jogou com um jogador a menos desde o primeiro tempo e mesmo assim saiu vencedor. No primeiro gol um lindo toque de calcanhar para batida forte do centro-avante, no rebote, o atacante deu um carrinho, empurando não somente a bola para o fundo das redes adversárias, mas também o zagueiro que tentou inutilmente evitar o gol.

    O lance é marca registrada do Boca que sempre soube bem aliar futebol de qualidade e raça com maestria. Gol carimbado com ISO-9000, bem ao estilo dos hermanos. O segundo veio de um contra-ataque mortal, arma conhecida pelos clubes brasileiros pois vitimou vários deles, com dois toques a bola saiu da área do Boca e morreu nas redes adversárias, emocionante...

    A vitória, diga-se de passagem, além de merecida, fez lembrar a tradição, as glórias e tudo o que representa aquel grande clube para o futebol sulamericano, não podendo deixar de registrar a mística que cerca o temível Boca dentro do igualmente lendário estádio La Bombonera.

    Estive lá certa vez, pela Libertadores, quando o Boca venceu o Cruzeiro por 2x1 em 2008. Só quem pisou naquele estádio sabe do que estou falando... Um misto de emoção, vibração, identidade e força é o que se sente em suas pulsantes arquibancadas que parecem subir aos céus, como que enaltecendo a grandiosidade do outrora temível clube argentino... Boas recordações trago daquela tarde fria de outono, além do bom vinho degustado antes do jogo, o placar era o que menos importava, valia o momento e a história e ela se fez presente...

    Sigo assim feliz, pois Libertadores sem Boca, River e Independiente- ARG, Olympia e Peñarol-PAR, Ncional-URU, Colo-Colo-CHI, não tem ao mesmo sabor!

    Quando estes grandes clubes enfrentam os grandes clubes brasileiros aí sim o torneio ganha proporções místicas, por isso torço pelo sucesso, não somente do futebol argentino, mas sulamericano de uma maneira em geral. Só quem foi campeão em cima de um grande clube, sabe o quanto a vitória é mais saborosa... Convenhamos, uma Copa Libertadores com representante como Paysandu, Santo André ou Paulista, ninguém merece!

    Por isso hoje eu vibrei, vibrei sim pela glória e retorno do temível Boca, que seu retorno seja vencedor, que resurja das cinzas e volte a ser a lenda que um dia foi... sonho em ver novamente a Libertadores valorizada, com grandes jogos, como vi um dia...

    Espero lá voltar (ao La Bombonera) para sentir novamente aquele frio na espinha, não sei se pelo frio do outono ou pela emoção de estar pisando aquele solo sagrado do futebol... Se um dia isso voltar a acontecer, espero somente que meu time vença, para que eu possa contar ao leitor o deleite de novas sensações ainda não vividas... Forte abraço.